segunda-feira, 24 de setembro de 2012


Governo de RO não repassa verbas para o Hospital do Câncer há 3 meses

Manutenção deveria ser feita através de verbas do governo do estado.
Diretoria-geral diz que repasse nunca foi feito e atendimento pode diminuir.

Unidade deve atender demanda de Rondônia (Foto: Ésio Mendes-Decom/Divulgação)Prestes a completar três meses de funcionamento, no dia 10 de outubro, o Hospital do Câncer de Barretos, em sua unidade em Porto Velho, atende em torno de 800 pacientes por mês e tem um gasto que gira em torno de R$ 1,5 milhão mensais. Os custos de manutenção da unidade são de responsabilidade do governo do estado, através da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Entretanto, o diretor-geral do Hospital do Câncer de Barretos, Henrique Prata, alega que o repasse da verba nunca foi feito nestes três meses de funcionamento, e que o hospital está sendo mantido através de empréstimos bancários.
Preocupado com o atraso e como isso se reflete no tratamento dos pacientes, o diretor-geral explica que para manter o padrão talvez seja necesária uma diminuição no atendimento. "Atendemos uma demanda alta aqui, mas caso esta situação permaneça, não temos outra alternativa a não ser diminuir o número de pacientes atendidos até encontrarmos outra solução viável ou novas parcerias com a iniciativa privada", afirma. De acordo com Henrique Prata, foi dado o prazo de mais um mês para a Sesau repassar o dinheiro referente aos três meses de manutenção da unidade.
"Quando o Hospital do Câncer se propôs a abrir uma unidade em Rondônia, pensando nos quase 1,5 mil pacientes do estado em tratamento que se deslocam para Barretos (SP), ficou estabelecida uma parceria entre a Fundação Pio XII e o governo do estado para ajudar nos custos. Entretanto, o governo não tem honrado com o acordo, e nós estamos tendo que pedir empréstimos bancários, pagando juros de 2% ao mês para pagamento de salários, medicamentos e manutenção", alega o diretor-geral, Henrique Prata.

Desde o início
plano de trabalho do hospital, que discrimina os custos com pagamentos de funcionários, médicos, tratamento e remédios está previsto em R$ 2 milhões. "Este plano de trabalho já estava aprovado desde junho de 2011 pelo governo estadual que se comprometeu em repassar R$ 1,4 milhão. Mas mesmo assim não recebemos nenhuma verba. Pensávamos que haveria um comprometimento maior do governo em um assunto tão importante, mas não é isso que encontramos", ressalta Henrique.
Henrique Prata, diretor-geral do hospital (Foto: Fundação Pio XII/Divulgação)Henrique Prata, diretor-geral do hospital
(Foto: Fundação Pio XII/Divulgação)
Segundo Henrique, os problemas com verba do estado começaram desde o início da construção e reforma do hospital. Ele contaque a migração do capital para o investimento inicial foi recebido com seis meses de atraso. "Apesar dessa demora, o secretário da Sesau, nos garantiu que não era preciso se preocupar, que nunca faltaria dinheiro para as necessidades básicas, como o cumprimento do plano de trabalho. As consequências de uma atitude como essa pode prejudicar todos os pacientes que hoje dependem do Hospital do Câncer", diz Henrique.
Por causa deste atraso, o diretor também explica que o projeto de uma unidade móvel de triagem contra o câncer, em parceria com a empresa Avon, que iniciaria em novembro, está suspensa. "Não há possibilidade de trazer os gastos com mais um operacional agora. Enquanto este problema não for resolvido, o projeto ficará suspenso", afirma.
Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde não retornou as ligações.

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