sábado, 28 de julho de 2012



Dezoito jovens judocas estão vivendo o cotidiano dos atletas que vão competir por medalhas nos Jogos Olimpícos

Toda a equipe de judocas brasileiros: 14 competem por medalhas, outros 18 servem como apoio (Foto: Acervo pessoal de Vinícius Panini)
Por Marina Ribeiro
Enquanto milhões de pessoas assistiam à abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, 18 jovens judocas brasileiros acompanhavam a cerimônia com outros olhos. Eles são os atletas de apoio da Comissão Brasileira de Judô e há dez dias têm vivido o cotidiano dos atletas olímpicos.
Todos os dias acordam cedo e às 7h30 já estão prontos para fazer uma pesagem para garantir que continuam dentro de sua categoria e nem sofrerão de desidratação após a competição. Após o café, treinam por uma hora e meia. Almoçam e têm um tempo livre para se divertirem na sala de jogos. Alguns ainda têm uma sessão de musculação ou voltam ao tatame. Assistir às competições? Só no tempo livre entre uma e outra atividade.
Os atletas de apoio – espécie de trainees olímpicos – enfrentam a mesma rotina dos 14 judocas brasileiros que competem pelo ouro, um para cada categoria existente na Olimpíada de Londres. Vinícius Panini, que mora em São Paulo, conta que a experiência tem sido muito agregadora para sua carreira como atleta. “Especialmente porque pretendo competir na próxima Olimpíada”, diz.
Panini é o sparring de Thiago Camilo, ou seja, é ele que treina com o campeão mundial e medalhista de bronze em Pequim, em 2008, e de prata em Sydney, em 2000. Por isso, Camilo ainda terá a oportunidadede participar dos aquecimentos da competição oficial. O atleta vai ficar na área reservada e assistirá a todas as lutas pelo monitor.
Toda a delegação brasileira está hospedada na cidade de Sheffield, três horas ao norte de Londres. Os judocas viajam para a Vila Olímpica dois dias antes das competições para se aclimatarem. Os atletas de apoio viajam no dia da competição e ficam na arquibancada ou na área de aquecimento. Eles dormem no bairro de Crystal Palace e voltam no dia seguinte.
“É bom porque dá para sentir bem como é cada uma das partes da competição”, afirma Flávia Gomes, de 18 anos, que treina junto com Rafaela Silva, medalha de prata no Pan de Guadalajara, em 2011. A experiência é tal que até o nervosismos é compartilhado. “A gente vê que eles estão ficando nervosos e a gente também fica um pouco”, conta Flávia. Vinícius conta que, por isso, os atletas de apoio acabam servindo um pouco como psicólogos. “Na parte do Thiago é mais sossegado, que já é mais experiente, mas a gente tem que saber a hora de ficar brincando e a hora de parar”.

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