Laudo revela que diretor executivo da Yoki foi decapitado vivo pela mulher

Assinado pelo legista Jorge Pereira de Oliveira, o documento
atesta que o executivo foi morto por um tiro associado à "asfixia respiratória
por sangue aspirado devido à decapitação". Isso indica que Matsunaga ainda
respirava quando teve a cabeça cortada pela mulher, logo após ser baleado.
A informação técnica contradiz a versão apresentada por Elize
em depoimento à polícia de que teria matado o marido com um tiro, arrastado o
corpo para um quarto e o esquartejado somente dez horas depois, tempo suficiente
para que o sangue coagulasse e não deixasse mais vestígios no apartamento onde
vivia o casal.
Além de apontar que o executivo estava vivo quando foi
decapitado, o laudo afirma que o tiro foi disparado de cima para baixo, da
esquerda para direita e bastante próximo, encostado, com vestígios de pólvora no
rosto da vítima.
Esse é outro ponto do laudo que contradiz a versão de Elize, de
que teria matado o marido durante uma discussão onde os dois estariam em pé. Da
forma como foi relatado pelo perito, o tiro foi disparado por Elize em situação
de superioridade em relação ao executivo (de cima para baixo) e à queima-roupa -
e não a uma distância de pelo menos dois metros, como chegou a afirmar à
polícia.
Investigação. O relatório da investigação foi apresentado ontem
à Justiça pelo delegado responsável pelo caso, Mauro Dias, do Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo o delegado, que pediu a prisão
preventiva de Elize, independentemente de ter entregue o relatório, ele ainda
busca saber o que de fato aconteceu no dia do crime. "Vou confrontar esse laudo
com as provas que tenho. É preciso procurar a verdade real", afirmou.
Para Dias, o principal destaque no laudo entregue pelo IML de
Cotia anteontem foi a distância a que foi disparado o tiro que matou o
executivo. "O que mais me chamou a atenção foi ela ter dito que foi a 2 metros e
o laudo ter afirmado que não, que foi próximo."
Segundo o delegado, o fato de o laudo apontar que o executivo
foi decapitado ainda com vida não muda a tipificação do crime, já registrado
como homicídio qualificado. "Descobri a autoria, a materialidade e agora vou
confrontar as informações", afirmou.
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